Por falta de abastecimento da Caern, construção civil de Apodi pode parar e ameaça 200 empregos diretos

(Foto: Josemário Alves - Apodi 360)

A construção civil, um dos setores que mais geram emprego e movimentam a economia de Apodi, está prestes a parar. O motivo é a inoperância da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern), que se recusa a assumir oficialmente o abastecimento de três importantes bairros da cidade: Bacurau I, Missões e Brisa da Lagoa, mais conhecido como Prainha.

A denúncia foi feita pelos construtores, em contato com o blog Apodi 360 na manhã desta sexta-feira (26), que revelaram a possibilidade de demissão de mais de 200 trabalhadores, por causa de obras travadas, laudos técnicos negados e financiamentos bloqueados.

O assunto veio à tona no dia de ontem (25), quando a reportagem repercutiu a fala do vereador Railton Diógenes sobre o caso.

Relembre:


Segundo os construtores, pelo menos 60 imóveis já estão prontos ou em fase final de acabamento, mas não podem ser vendidos nem financiados porque os laudos técnicos da Caixa Econômica Federal reprovam as regiões devido à falta de abastecimento regular de água, responsabilidade da Caern.

Termo de compromisso da Caern em 2017 (Foto: Josemário Alves - Apodi 360)

“Fizemos tudo o que foi pedido: doamos terrenos, compramos adutora, fizemos a tubulação e, até hoje, a Caern não assumiu o sistema. Isso vem desde 2017. Já são mais de 8 anos de promessas não cumpridas”, revelou Santa Rosa, um dos maiores construtores da cidade.

A situação, que já era grave, agora atingiu o limite. Conforme estimativa da categoria, o setor movimenta cerca de R$ 3 milhões por mês apenas em construções financiadas via Minha Casa Minha Vida, com média de 20 casas sendo vendidas mensalmente, a R$ 150 mil cada. 

Sem os laudos da Caern atestando o abastecimento regular, a Caixa recusa liberar os financiamentos e o dinheiro deixa de circular na cidade.

Estrutura doada à Caern no Bacurau I (Foto: Josemário Alves - Apodi 360)

“Hoje, a gente ainda tá trabalhando. Mas, se isso não for resolvido de imediato, vamos ter que parar e vai ter demissões em massa. Ou seja, Apodi vai parar de crescer, não por falta de investidores, mas por culpa da companhia que deveria abastecer a cidade”, alertou Santa Rosa.

Atualmente, mais de 200 profissionais, entre pedreiros, serventes, engenheiros e mestres de obras, estão na corda bamba, podendo perder seus empregos nos próximos dias. Algumas construtoras já suspenderam novos investimentos.

Bairros esquecidos pela Caern

(Foto: Josemário Alves - Apodi 360)

Os bairros afetados pela omissão da companhia somam juntos mais de 2 mil residências, habitadas por famílias que enfrentam diariamente problemas no abastecimento. Na maioria dos casos, a água só chega por meio de poços e adutoras independentes.

Apesar de, desde 2017, os construtores locais terem arcado com as contrapartidas exigidas, como a instalação de vários quilômetros de rede adutora e doação de terreno para reservatório, a Caern nunca assumiu formalmente a operação da rede.

Estrutura doada à Caern na Prainha (Foto: Josemário Alves - Apodi 360)

“Hoje a nossa água já abastece cidades como Governador Dix-Sept Rosado e Mossoró, mas não abastece Apodi, considerada Capital das Águas. Como pode?”, questinou Santa Rosa.

O blog Apodi 360 buscou, junto a sua assessoria de comunicação, uma resposta da Companhia de Abastecimento para as denúncias e aguarda retorno.

Diante da crise iminente, os construtores agora apelam à Prefeitura, à Câmara Municipal e ao Governo do Estado para que pressionem a companhia.

“Se nada for feito, Apodi vai ver um dos seus principais motores econômicos parar de funcionar. E a culpa tem nome: Caern”, finalizou Santa Rosa, durante entrevista ao blog.

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