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| (Foto: Josemário Alves - Apodi 360) |
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) decidiu arquivar o procedimento que investigava o agricultor Hildo Severiano, de 59 anos, por maus-tratos a animais em Apodi.
A decisão vai ao encontro do relatório apresentado pelo delegado Túlio Pereira, da 57ª Delegacia de Polícia de Apodi, que concluiu que o agricultor agiu em estado de necessidade ao atirar contra cães que atacavam seu rebanho.
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Além de arquivar a suspeita de maus-tratos, o MPRN também solicitou à Justiça a suspensão do processo por 90 dias, prazo necessário para que seu Hildo avalie a possibilidade de firmar um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), medida que extinguiria a acusação de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
O advogado de defesa, Igno Araújo, confirmou ao Apodi 360 que o caso já está em análise.
“O processo já chegou até a gente, nós estamos analisando. Seu Hildo vai sentar comigo para avaliarmos juntos”, explicou.
Caso aceite o acordo, seu Hildo deixará de ser processado pelo crime de porte ilegal e terá seu nome limpo novamente, mediante o cumprimento de alguns requisitos, como a prestação de serviços comunitários por quatro meses ou o pagamento de um salário mínimo.
“Com o acordo assinado, seu Hildo fica com o nome limpo, volta a ser réu primário, sem antecedentes criminais”, acrescentou o advogado.
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| (Foto: Josemário Alves - Apodi 360) |
Relembre o caso
Morador do assentamento Laje do Meio, na divisa entre Apodi e o Ceará, seu Hildo enfrentava ataques constantes de cães ao rebanho havia pelo menos dois anos. Ele afirma ter perdido quase 100 cabras nesse período.
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Na tarde de 29 de maio de 2025, ao presenciar três cães abatendo e devorando parte de seus cabritos, o agricultor correu até casa, pegou uma espingarda antiga que guardava para se proteger e disparou contra os animais.
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| (Foto: Josemário Alves - Apodi 360) |
O barulho chamou a atenção de pessoas próximas, que acionaram a Polícia Militar. Ele foi preso em flagrante por maus-tratos e porte ilegal de arma.
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Seu Hildo chegou a passar a noite detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Apodi e foi solto no dia seguinte.
O caso gerou intensa repercussão e abriu debate na região sobre os limites da autodefesa na zona rural diante de ataques recorrentes de cães.
Com o arquivamento da suspeita de maus-tratos e a oferta de acordo pelo MPRN, o processo caminha para uma conclusão definitiva, podendo encerrar uma novela jurídica que se estende desde maio.



