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(Foto: Arquivo da Câmara) |
Na última sexta-feira (12), a Câmara Municipal de Olho d’Água do Borges realizou mais uma sessão legislativa marcada pela votação de alteração do regimento interno da Casa. A proposta foi aprovada em primeiro turno com seis votos favoráveis, o mínimo necessário para a mudança avançar.
Votaram a favor os quatro vereadores de Oposição: Jéssica Queiroga (PP), Toni Alves (PP), Jamilly Dias (PP) e Gelson Fernandes (PP), além dos vereadores de Situação, Willame Holanda (União) e o presidente da Casa, Hugo Maia (União).
Os vereadores de Situação Marcel Fernandes (União) e Pedro Chaves (União) votaram contra a alteração, enquanto que o também vereador de Situação, João Maria (PT), optou por se abster.
A mudança restabelece o sistema bienal para a eleição da Mesa Diretora, com mandatos de dois anos. No dia 31 de dezembro de 2024, ainda na legislatura passada, havia sido aprovada a alteração para o modelo anuênio, que previa eleição anual. Na ocasião, as eleições foram antecipadas para todo o quadriênio.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte, por meio da Comarca de Umarizal, questionou a legalidade da antecipação das eleições em diversas Câmaras e enviou recomendação também ao Legislativo de Olho d’Água do Borges.
Relembre:
Em cumprimento à orientação, o presidente Hugo Maia acatou o pedido e, com relatoria do vereador Toni Alves, apresentou o projeto que devolve o regimento ao formato bienal.
Durante a sessão, ficou evidente que Hugo pretende disputar novamente a presidência da Câmara, desta vez com apoio da oposição e do vereador Willame. O movimento causou forte repercussão política no município, já que Hugo e Willame integram a base do prefeito Antonimar Amorim.
Os vereadores Pedro Chaves e Marcel Fernandes manifestaram publicamente sua insatisfação, afirmando que o acordo firmado anteriormente com o prefeito, que previa rodízio entre eles na presidência, foi desconsiderado.
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(Vereador Pedro Chaves - Foto: Assessoria da Câmara) |
O vereador Pedro Chaves chegou a declarar em plenário que “um compromisso com o prefeito foi jogado para o alto”.
Nas redes sociais, o vereador Willame Holanda também expôs divergências com o grupo do prefeito, alegando não possuir cargos na gestão municipal e reforçando que sua atuação é “em defesa do povo”.
O clima de tensão dividiu a base governista e abriu espaço para um novo arranjo político no Legislativo.
A segunda votação sobre a alteração do regimento ocorrerá dentro de dez dias. Caso seja confirmada, o presidente Hugo deverá convocar novas eleições da Mesa Diretora. Ele já é apontado como favorito à reeleição para o biênio 2025–2026.
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(Vereador Wilame Holanda - Foto: Assessoria da Câmara) |
Nos bastidores, circula ainda a informação de que o vereador Willame Holanda seria o nome apoiado por Hugo e pela oposição para comandar a Câmara no biênio 2027–2028.
Essa possibilidade, no entanto, vai depender de um rearranjo político e de novas conversas com a oposição. Caso se consolide, o grupo pode se tornar decisivo e forte na definição do cenário eleitoral de 2028.