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| (Foto: Arquivo Pessoal) |
Do Portal Mossoró Hoje
O Tribunal do Júri Popular de Apodi se reúne nesta quarta-feira (12) para julgar Raimunda Layla Morais de Sales, acusada de ser mandante do assassinato do engenheiro e empresário Euriclides Gois Torres.
O crime aconteceu no dia 23 de junho de 2019, durante um arraiá no centro da cidade.
O julgamento será presidido pelo juiz Thiago Lins Coelho Fonteles e está previsto para começar às 8h30, com reforço na segurança por parte da Polícia Militar. A promotora de Justiça Liv Ferreira Augusto Severo Queiroz atuará na acusação.
De acordo com o processo, o engenheiro Euriclides Torres foi morto com um disparo de arma de fogo efetuado por Francisco Patrício de Freitas Filho, que teria recebido R$ 1 mil de Raimundo da Costa Sousa Junior, conhecido como Pikachu, e de Layla Sales, como pagamento pelo assassinato.
A motivação, segundo a denúncia, seria o fato de a vítima ter “tirado cabimento” com Layla durante a festa junina, o que teria levado o casal a planejar o crime.
A Polícia Civil inicialmente trabalhou com diversas versões, mas as investigações levaram à identificação dos três envolvidos: Pikachu, Francisco Patrício e Layla Sales.
Os dois primeiros já foram julgados e condenados, recebendo penas de 16 e 17 anos de prisão, respectivamente. As sentenças foram mantidas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.
Layla, por sua vez, foi pronunciada para ir a júri popular em decisão do juiz Antônio Borja de Almeida Júnior, publicada em 5 de setembro de 2019. Diferentemente dos demais, o magistrado não decretou sua prisão preventiva, determinando apenas que ela informasse mensalmente sua localização.
Batalha judicial e julgamento
Os advogados de Layla recorreram da decisão ao Tribunal de Justiça, que manteve a pronúncia e confirmou que ela deveria ser julgada pelo Tribunal do Júri.
Com o fim dos recursos, a Justiça marcou o julgamento para esta quarta-feira, quando sete jurados sorteados entre cidadãos apodienses formarão o Conselho de Sentença.
Durante a sessão, serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, além do depoimento da própria ré.
Após as oitivas, a promotora Liv Severo apresentará a tese de acusação, enquanto os advogados Sávio José e Gilmar Fernandes farão a defesa de Layla, sustentando sua inocência.
Ao término dos debates, o juiz Thiago Fonteles conduzirá os jurados à sala secreta, onde votarão os quesitos que definirão o destino da acusada.
Em caso de condenação, o magistrado fará a dosimetria da pena e anunciará a sentença. Caso a ré seja absolvida, será liberada imediatamente. Independentemente do resultado, caberá recurso no prazo de cinco dias.
O caso, que há mais de seis anos mobiliza a sociedade apodiense, deve atrair grande atenção pública e cobertura da imprensa local durante todo o dia.
O que diz a defesa
Em nota escrita e enviada ao Mossoró Hoje, o advogado Rodrigo Carvalho disse que “acusar Layla de ser mandante de um crime praticado por alguém que ela jamais viu é mais que injusto — é ilógico”.
Rodrigo concluiu afirmando que “vincular sua autoria a um depoimento colhido sob coação, posteriormente retratado como inverídico e a um crime cometido de forma escancarada, de cara limpa e sem qualquer tentativa de ocultação, é atentar contra a lógica e o bom senso. Confiamos na lucidez e no senso de justiça da sociedade de Apodi”, escreveu, mostrando um pacote de documentos que considera crucial para fazer a defesa de Layla no plenário durante o Tribunal do Júri Popular.
